Superação da fome, acesso à água e justiça social são temas do Grito dos/as Excluídos/as 2023

A direção do Stimej apoia a 29ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, que neste ano traz como lema a pergunta: “Você tem fome e sede de quê? ”, convidando todas e todos à reflexão e ação em busca de alternativas para os enormes problemas que o povo enfrenta com a questão da fome e da água.

O lema anual do Grito é debatido e definido a partir das sugestões de uma rede de articuladores e articuladoras de todo o Brasil e sempre dialoga com o tema da Campanha da Fraternidade, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), com a conjuntura política, social e econômica do país e com a luta dos movimentos populares e sociais.

Nos seus 29 anos de história, o Grito dos Excluídos e Excluídas tem por objetivo valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, por isso seu tema permanente é “Vida em Primeiro Lugar!”. Frei Zeca, articulador em Poconé, Mato Grosso, ressalta a importância do Grito “por incentivar ações que fortaleçam e mobilizem as pessoas, nos mais longínquos locais do Brasil, na luta por seus direitos, na denúncia das injustiças e violências, causadas pelo sistema neoliberal que exclui, degrada e mata”.

No dia 7 de setembro, acontece em todo Brasil atos públicos, caminhadas e mobilizações populares, como forma de chamar atenção para as transformações que o país precisa para ser de fato independente e garantir vida digna para todas as pessoas, com justiça social, acesso a direitos fundamentais, equilíbrio econômico e desenvolvimento da ciência e tecnologia.

 Água e alimento

Dalila Alves Calisto, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), mestra em Geografia, afirma que “a água é um direito humano, um bem comum e um Patrimônio da Humanidade, que deve estar sob o controle popular e não das grandes empresas multinacionais. O Brasil possui a maior reserva de água potável do mundo (13%), no entanto, pelo menos 35 milhões de brasileiros seguem excluídos do acesso regular de abastecimento e outros serviços”.

Segundo Vera Vilela, nutricionista, educadora em saúde e mestra em Saúde Pública, “a fome não é um fenômeno vinculado às questões pontuais, como a seca por exemplo, mas historicamente faz parte da estruturação da sociedade brasileira, desde o período colonial, através de uma inclusão desigual dos diversos grupos sociais nas diversas regiões do país”.

Fonte: Articulação Nacional do Grito dos/as Excluídos/as