Não há país soberano sem uma indústria forte!

Diferentemente das fake news divulgadas no Brasil, a reestatização é coisa de país rico e que se preocupa com o bem-estar do próprio povo. O movimento ganha força baseado nos resultados que ela tem apresentado como melhora nas condições de trabalho, preços mais baixos e mais qualidade dos serviços. Esses benefícios estão intimamente ligados. Trabalhadores com boas condições prestam melhor serviço e, com serviços mais eficientes, abaixam os custos (tarifas) para o consumidor.
Apesar das lições aprendidas mundo afora, elas são ignoradas no Brasil, a exemplo do que o governo entreguista de Bolsonaro fez recentemente com a Eletrobrás – maior empresa do setor elétrico brasileiro. As ações da Eletrobras estrearam na Bolsa de Valores no dia 13 de junho deste ano. Mas, segundo especialistas, a lei que viabilizou o processo de privatização da companhia também deve encarecer a conta de luz dos consumidores nos próximos anos.
A Eletrobras responde por 30% da geração de energia no Brasil e 40% das linhas de transmissão no país. Está presente em todo o território, operando 105 usinas e mais de 150 mil quilômetros de linhas de transmissão. Pelo porte e pela importância que tem em um setor essencial para a vida dos brasileiros, a privatização da Eletrobras deverá gerar graves consequências para a população brasileira. Não há como termos um país forte sem uma indústria forte! Não há indústria forte que consiga se manter com a energia cara como preveem os especialistas.
A Eletrobrás é a única grande privatização prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a apenas seis meses do fim do atual mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL). O estrago só não é maior porque há setores importantes da sociedade, como Sindicatos de Trabalhadores, Movimentos Sociais, Centrais Sindicais, que seguem firmes na luta pela manutenção de serviços essenciais e de recursos estratégicos públicos.
Em todo o mundo, a reestatização de empresas que cuidam de serviços essenciais e de recursos estratégicos é uma tendência que vem crescendo nos últimos anos. As experiências com privatizações a partir dos anos 1990 deixaram um legado de insatisfação, prejuízos e insegurança, que ensinaram muitos países a reconhecer o erro e voltar atrás.
De acordo com uma pesquisa publicada pela Transnational Institute (TNI) – centro de estudos em democracia e sustentabilidade baseado na Holanda – pelo menos 1.408 serviços foram criados ou reestatizados no mundo nos últimos anos. Alemanha (4ª maior economia do planeta) puxa a fila, com 411 casos. Em seguida vem os Estados Unidos, com 230 casos (principalmente em serviços de água e telecomunicações). A França (156 casos), a Espanha (119) e o Reino Unido (110 casos) também se destacam.
Com informações de jornalggn.com.br e economia.uol.com.br