Sindicatos se organizam para defender os trabalhadores diante da indústria 4.0

Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville participaram, na Fetiesc em Itapema no dia 22 de outubro, da criação de uma Frente em defesa do futuro das trabalhadoras e dos trabalhadores da indústria de Santa Catarina diante dos ataques da indústria 4.0.

O foco principal do encontro foi a criação desta Frente que terá a missão de estudar e enfrentar os desafios das tecnologias da Indústria 4.0, seus impactos para os trabalhadores e traçar alternativas de enfrentamento diante desta nova realidade na indústria. A indústria 4.0 vai incorporar tudo o que existe de mais moderno em tecnologia: robôs, inteligência artificial e máquinas interligadas pela in internet e já está sendo considerada a quarta revolução industrial pelos aspectos de transformação que isso tem, tanto na indústria, quanto nos processos de fabricação, e na própria vida do trabalhador e, consequentemente, em toda a sociedade.

A questão chave deste processo é que enquanto as indústrias vão ganhar ainda mais dinheiro, para nós trabalhadores vai sobrar muito desemprego, pois vai fechar várias vagas de trabalho, redução de salário, porque vai ter muita gente procurando emprego e serviços precarizados. O que esta Frente se propõe não é combater a chegada da indústria 4.0, até porque este é um processo inevitável, mas nos prepararmos para que esta transição seja justa e não prejudicial e traumática para as trabalhadoras e os trabalhadores. As empresas precisam estar cientes de que têm responsabilidade social, porque se não houver esta cobrança quem sai perdendo é o trabalhador. Elas precisam responder que novos tipos de trabalho surgirão e discutir a qualificação e formação profissional dos trabalhadores para que não afete tanto nossas vidas.

Além deste desafio há ainda a drástica decisão de Bolsonaro e Guedes de fazer uma abertura radical da economia nacional às importações reduzindo o imposto de 13,6% para 6,4%, em média, em até quatro anos. Isso deverá resultar na quebra de parte do setor industrial brasileiro e beneficiar as empresas estrangeiras, mais especificamente às norte-americanas. Na lista estão itens como automóveis de passageiros produzidos no exterior, além de produtos de vestuário e têxteis, cujas alíquotas seriam reduzidas de 35% para 12%. Já os ônibus teriam a TEC diminuída dos atuais 35% para apenas 4% e os laminados a quente passariam de 12% para 4%. A indústria já foi responsável por 33% do PIB nacional, hoje está em 8% e com esta decisão deve baixar de 4%. Isso significa que não teremos mais indústria no Brasil, responsável pelos maiores salários, mas seremos um país de prestadores de serviço, o que significa salários menores. O Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville estará firme e presente nas ações e debates desta Frente na defesa da classe trabalhadora.